De acordo com a organização Mundial de Saúde, o suicídio é prevenível em 90% dos casos. Isso significa que, com informação e conhecimento para saber reconhecer os sinais e escutar sem julgamentos, é possível ajudar. O Setembro Amarelo é um lembrete sobre a importância de escutar. Mas, principalmente, pretende incentivar quem passa por problemas a falar.
Por que ter um mês dedicado ao tema?
Ter um mês dedicado ao tema é uma oportunidade de discutir o suicídio para quebrar o tabu, acabar com o preconceito e a vergonha. O assunto é complexo e também uma questão de saúde pública. Mais de 32 brasileiros tiram a própria vida por dia — o número é maior que as mortes por HIV e câncer. Além disso, o suicídio é a segunda causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos.
Nesse sentido, falar é a melhor solução. Ninguém se mata por uma única razão. Por isso, é preciso superar as questões de escolhas, crenças e barreiras sociais a fim de escutar e efetivamente ajudar.
Medidas governamentais de prevenção vão além do Setembro Amarelo
Enquanto problema de saúde pública, o suicídio também é pauta de ações do governo. Nos últimos anos diversas medidas foram implementadas para auxiliar a prevenção. Só para exemplificar, foram publicadas cartilhas contra o suicídio, bullying e automutilação. Além disso, desde abril, hospitais e escolas são obrigados por lei a notificar os casos de tentativa de suicídio e automutilação às autoridades de saúde e Conselhos Tutelares.
Engajamento da sociedade
A sociedade civil tem se envolvido cada vez mais com a divulgação e discussão do tema. E, por isso, nos últimos anos, cresceu o número de atendimentos. A plataforma de músicas Spotify, por exemplo, lançou uma playlist para o Setembro Amarelo. Na rede social Twitter, usuários que procurarem termos relacionados a suicídio e automutilação serão redirecionados para uma página com informações sobre o Centro de Valorização da Vida (CVV).
Após a estreia, no canal de streaming Netflix, de “13 Reasons Why” (“Os 13 porquês”) — série cuja trama gira em torno do suicídio de uma adolescente, após ser vítima de bullying na escola — houve um aumento de 455% no número de e-mails recebidos pelo CVV. A grande maioria de jovens que disseram ter se identificado com a história da personagem principal.
Organizações e canais de atendimento
O CVV presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. Existem diversos canais de atendimento como chat, e-mail e telefone. Além disso, o site da instituição traz informações, reportagens, links úteis, entre outros, sobre o Setembro Amarelo e mais.
Da mesma forma a Safernet Brasil oferece um serviço de orientação sobre crimes e violações dos Direitos Humanos na internet, a Helpline. Ademais, no site é possível encontrar informações sobre diversos temas, entre eles exposição de imagens íntimas, automutilação, bullying, cyberbullying, discurso de ódio e mais.
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